Foi a nossa primeira e última dança, pelos meus cálculos. Algumas palavras ditas, nenhuma em tom de promessa. Nem deveria, éramos estranhos, corredor novo que se cruza abrindo passagem para lembranças.
Assim que me disse de si sem dizer muito de mim. Relatos de vida, alinhavando trabalho e antigos amores. Eu era toda ouvidos, derretendo-me diante de seus olhos de felino, mas a selvagem ali era eu.
Então fez aquele movimento de colocar o boné para trás de propósito. Não identifiquei se éramos somente desejo. Lacuna.
Dançamos. Jantamos.
Preferia arroz, feijão e fritas, e eu a servir strogonoff.
Vem aqui que eu quero sentir seus lábios com calda de pudim.
Dançamos novamente. Dessa vez mais livres. Preferi a primeira dança, confesso.
Jantar com gosto de começo e fim. Nunca tivemos o meio.
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