11 junho, 2010

O que será de mim?

Esvaziar-se e enxer-se. Eis o sopro da vida.

Às vezes esqueço–me de algumas preocupações que foram varridas para debaixo do tapete. Deixo-as ali, nutrindo-se de um esquecimento cômodo e covarde. Então, num belo dia de hoje, elas voltam a assombrar, como quem desperta de uma morte mal resolvida, exigindo providências no primeiro respiro.
Eu queria ter um livro de soluções, como quem tem uma arma secreta: um livro de receitas para um jantar inesperado.
Talvez. Porque mesmo com a receita, o bolo sola. Mas seria só uma seta amarela flamante, piscando os olhos para mim, paquerando o meu destino.
Então hoje, de debaixo do tapete uma escapuliu, aprisionando-me outra vez nas algemas de meus medos.

Eu já não posso voltar.

Nesse presente, meus pulmões estão comprimidos e o ar me vem em gotas.

03 junho, 2010

Por você



Por tantas vezes eu esqueci que aquele jeito de gritar e esbravejar, nada mais era que preocupação líquida e concentrada. Cada vez que a tinha destemperada e colérica, esquecia-me de lembrar-me que aquilo não era bem aquilo, mas um isso de medo, talvez.
Tantas e tantas vezes fui injustiçada, mas quantas vezes também não fui injusta? Como hoje.
Eu deveria amarrar um cordãozinho vermelho no dedo para jamais voltar a esquecer de que você é a pessoa que mais me ama nesse mundo.
Não há como descrever que sentimento nos compõe, mas eu a amo de uma maneira tão visceral e não suporto a idéia de ferí-la, pois as cicatrizes também ficam em mim.
Hoje eu gritei desajeitada.

Eu sei que vou te amar


Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

(Vinícius de Moraes e Tom Jobim)